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YOGA ‘in’ LATINIDADES CONTRA-COLONIAIS
OS YOGADOS LATINO-AMERICANOS: modos e significados não é um curso sobre história do yoga, mas brasilidades yoguicas ou uma introdução às confluências (possíveis) de se yogar numa realidade contra-colonial e suas cosmologias politeístas de yogins sem-linhagem no Brasil e América Latina na totalidade.
Como yogar sem pretender ser “oriental” e, ao mesmo tempo, brasileiro sem desrespeitar a tradição sul-asiática? Só há um jeito, incorporando sua cultura no yogar que lhe inspira (naga, natha, moderno, tantrika, ananda marga ou qualquer outro) o que, obrigatoriamente, passará pela confluência de um yogado outro ou mestiço. É isso, todo yogado autêntico é imanente e mestiço, por isso, nômade e selvagem. Mesmo o yogado sedentário, aquele que se pensa original, universal e pertencente a uma metafísica constante, é inconstante e indócil.
Estamos há 123 anos buscando reconstruir um yogar Sul-asiático de tradição oral (corporal) pelas escrituras, e pior, quase que totalmente baseada numa única, o Yoga Sutras de Patanjali. Pensamos ainda como nossos colonizadores eurocristãos modernos, isto é, purificando e mediando para encontrar uma “essência” do yoga que nunca existiu, pois cosmologia politeísta (imanente) onde confluências metafísicas se misturam (comendo mutualmente) num ciclo de começo-meio-começo. Proponho, observando yogados sem-linhagem, de modo nômade e significados pluridiverso (seja para a aquisição de feitiços de cura, oráculo e “nosso-conhecimento”, reaprendermos a transformar nossos inimigos em “cunhados”, igual aos nossos ancestrais ameríndios, quilombolas, ribeirinhos, caipiras e caiçaras sempre fizeram. Estamos, nós sul-americanos, muito mais próximos dos sul-asiáticos do que nossos colonizadores pensam. Eles podem traduzir todos os textos yoguicos, mas somos nós, yogins contracoloniais que temos corpos ainda que se encontram em roda, atualizando yogas a cada prática ritual que nos metamorfoseamos o yogar sintético mercantil em orgânico mestiço.
O objetivo aqui não é modificar o Yoga Sul-Asiático, mas, aprendendo com eles, criar yogados como eles ao nosso modo e significado. Foi assim que eles fizeram pelas bandas de lá inventando yogados jainas, tibetanos, budistas, tântricas e até muçulmanos, foi como os yogins eurocristianizados fizeram no início do século XX aproximando-se da Ciência e do saber empírico e “sintetizando-o” em mercadoria de “bem-estar”, portanto, é assim que devemos também se aventurar se confluindo com os nossos saberes orgânicos.
Discutir (talvez já no início) utopia. A utopia como algo irrealizável e utopia como algo ainda não realizado ou impensado (não cogitado ainda). E depois que essa busca moderna de (1) “evoluir” o yoga antigo, místico e mágico com a ciência ou (2) “retorno” ao ancestral como algo universalizável ou perene, mas perdido no contato com culturas não-asiáticas (como medo desse ideal imaginário desaparecer), é yogar como um niilista (aquele que desiste desse com esperança noutro mundo).
Outro ponto, é a crítica entre os yogados salvacionistas (ou mokshanianos) e os yogados encantados (ou feiticeiros). Fomos convencidos, por aproximação ao cristianismo, que o Yoga-Sutras seria a “bíblia” do yoga e o Hatha-Yoga Pradipika e Gheranda Samhita uma espécie de “guia prático” dos sacrifícios rituais diários. Mas essa utopia é apenas uma dentre tantas outras, por isso heterotopias dominam o campo rizomático espiritual yoguica sul-asiática.
Por fim, temos a migração dos yogas sul-asiáticos a geografias espirituais ocidentais e por suas colônias (como a América Latina), mas ocorre que, como todo moderno (q purifica e traduz), há uma produção dos “mestiços” e, com isso, mais jeitos de yogar e yogados. Concluo que são estes yogados mestiços (ou pós-linhagem) os responsáveis reais pelo retorno ou resgate da tradição corporal yoguica pluridiversa.
Argumento, por fim, que o yoga pode se revelar como um meio de resiliência na transformação e surgimento de novas utopias (Platôs, Mayas ou Ordenadores de Realidade) e não consolidação de um só meio de vida. Em outras palavras, yogar exige um convívio com o visível e os invisíveis (humanos e não-humanos) um jeito de (re)encantamento. Por outro lado, os modernos (desde Vivekananda) vieram consolidando um sedentarismo yoguico, por isso viemos aqui reclamar o retorno (ou continuação) do nomadismo. Ao invés de uma metafísica universal que vivemos hoje, a inconstância da imanência na alma selvagem e indomável dos yogins mestiços.
O europeu que nos coloniza se esqueceu que também foi invadido, perdeu sua cosmologia e foi colonizado. Ele não se lembra (esqueceu que esqueceu). Adota o mito adâmico e se sente agora um pecador, que precisa de paciência para prosperar (está em falta - com Deus - neurótico). Quando chega às Américas e “a terra que tudo dá) imagina ter chegado ao Paraíso. Mas quem seriam os que já viviam no paraíso? Foi preciso animalizá-los (portanto, desalmados) para que se sentissem os únicos humanos. De politeísmo ao monoteísmo, do encantado ao desencantado, do selvagem ao civilizado, da imanência com suas infinitas metafísicas canibais ao transcendente com sua metafísica universal. Em suma, éramos (ou somos em nossa origem pindorâmica) muito mais próximos aos afectos yoguicos sul-asiáticos pré-modernos pluridiversos do que os yoguicos modernos (mesmo os sul-asiáticos) q se acham responsáveis por resgatar a essência do yoga ou “desmistificá-los”.
O quilombola está mais próximo do tântrico do que Yogin-new yorker-gratiluz que vive numa ecovila-condomínio-butique e seus jardins com salsinha.
NA PRÁTICA, COMO TUDO VAI FUNCIONAR?
Serão 12 encontros (de janeiro a dezembro), em geral, aos sábados pela manhã (10-12h). A agenda está prevista para reuniões ao vivo pelo Zoom sempre no último sábado de cada mês. E sim, tudo ficará gravado para acessar o material quantas vezes desejar e espaço de dúvidas diretamente com o Prof.Roberto Simões e outro Fórum de Discussão (comunidade 'Latinidades') entre os inscritos.
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Animismo no espelho modernista (LER pp.106-114)
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Encontro#10: Doença Histórica do Yogue Moderno
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